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sábado, 13 de novembro de 2021

O PENSAMENTO DE FREUD SOBRE O DESENVOLVIMENTO SEXUAL

 


         Segundo a concepção de Freud, ao nascer o ser humano traz impulsos inconscientes em busca do prazer. Os impulsos naturais  foram por ele chamados de "id" (das Es)  e são todos manifestações de uma tendência inata. Sua causa é a "libido", energia sexual que se encontra inicialmente na boca.
           Todo prazer é procurado com a estimulação da região oral. No 2º ano, a libido se concentra na região anal. É o período das excreções sólidas. No 3º ano, ela se concentra na região fálica. A criança de qualquer sexo, nesta etapa, manipula os órgão genitais em busca do prazer. Durante todas essas fases (que é um período narcisista), o objeto do prazer é o próprio corpo da criança. A partir dessa etapa, e principalmente por volta dos 5  anos, o menino tem uma grande predileção pela mãe e a menina pelo pai. A impossibilidade desse amos (complexo de Édipo) levo o menino a se identificar com o pai e a menina com a mãe. Dos 6 anos até a puberdade, existe a chamada faze de latência. Os desejos e impulsos afetivos (sexuais) são recalcados no inconsciente. 
         As distinções sexuais entre homem e mulher são explicadas por Freud através do complexo de Édipo e do de castração. 
           A menina descobre, no curso da 1{ infância, que não dispões de um órgão sexual igual ao do menino. Esta descoberta causa-lhe um trauma, um choque, e ela passa a invejar o menino. É essa inveja que, segundo Freud, fará a mulher adulta ciumenta e vaidosa (inconscientemente procura compensar a suposta inferioridade com a beleza). Freud afirma que este é o motivo que leva a menina a agarrar-se ao pai na 2{ infância, a desejar criança em casa e, quando adulta, a ansiar por um filho. É nesse particular que a mulher pode chegar à plena realização de sua feminilidade, superando o complexo de castração. Caso contrário, neurose. E com a neurose, um complexo oposto, um complexo viril, que pode levá-la ao lesbianismo ou ter desenvolvidos interesses e traços de personalidade masculina. Mas hoje, com vários estudos à esse respeito, muitos especialistas contestam esta afirmação de Freud. 
            O outro complexo, o de Édipo, também está relacionado à inveja do órgão sexual masculino. Ao sentir-se "castrada", a menina espera uma igualdade masculina pelo amor paterno. A rivalidade com a mãe se desenvolve no plano inconsciente até o estágio da identificação, embora jamais a mulher deixe de estar ligada afetivamente  ao pai, e muitas mulheres chegam até a escolher um marido parecido com o pai que "habita" em seu inconsciente. 
         Já o menino, sabendo existirem pessoas sem órgãos sexuais como os seus, tem medo que o pai o castre. Por isso recalca o complexo de Édipo. Porém, o desejo de ter a mãe a acariciá-lo continuará no seu inconsciente. Alguns homens não se casam por esse motivo e outros há que elegem uma esposa que é a cópia fiel da mulher protetora que foi sua mãe na infância. 
           Na menina, a excitação do clitóris será um meio  de compensar a ausência de órgão semelhante ao do menino e a masturbação consistirá na estimulação dessa parte do aparelho genital. Mais tarde, o prazer será encontrado nas relações sexuais normais. Se não for possível essa transferência, sintomas neuróticos histéricos aparecerão. As sublimações surgirão com todo seu vigor,e a mulher gastará sua energia sexual sobretudo em atividades sociais e culturais, competindo com o homem. 
            É preciso lembrar que Freud descreveu a mulher de uma classe social de Viena antes da primeira guerra mundial, mulher essa com inúmeros recalques, é útil sua teoria para explicar as diferenças sexuais entre homem e mulher quando as condições sociais formarem mulheres com características semelhantes às da burguesia vienense dos anos próximos a 1900. Com  diz Willy em Sexo e Vida, Freud valeu-se de uma amostragem muito diferente da que teria se tivesse em seu consultório operárias de Chicago ou Estocolmo. Isto deixa patente que a posição de Freud em boa parte decorria da infância que o naturalismo naquela época exercia em todos os pensadores. Outra questão é relativa à criação da "Pílula anticoncepcional" nos anos 60 que mexeram profundamente com os hormônios femininos e resultaram em profundas mudanças nos filhos nascidos posteriormente. Essa é uma questão que deverá ser estudada por especialistas de hoje, 60 anos depois do surgimento da pílula; estamos observando as gerações que nasceram pós pílula e qual foi o resultado desse medicamento na sua sexualidade e também de seus descendentes. É uma pesquisa que, por razões óbvias, não interessa à indústria farmacêutica. 
           Estudos de Malinovski, de Margaret Mead e outros antropólogos mostram que diferenças de sexo são mais devidas aos hábitos sociais que à natureza. A mulher e o homem, quanto ao sexo, são aquilo que deles se exigiu socialmente. Virilidade e feminilidade são traços teoricamente impostos pela cultura. De forma que, também no relativo ao comportamento sexual, as reações humanas emergem de uma interação entre impulsos hereditários e hábitos estabelecidos pela sociedade. Mas é importante considerar a química dos sexos. 
            Não se pode dizer que haja impulsos sexuais naturais no recém-nascido. A criança tem conduta sexual  aprendida com influência da própria genética. O prazer encontrado na sucção do seio materno  difere do que chamamos de prazer sexual. A atração  de filho por mãe e de filha por pai é melhor explicada  como produto de reforços positivos da mãe ao filho e do pai à filha. O pai reforça mais negativamente o menino que a mãe. Temos que amar quem nos presenteia na infância com afeto e a odiar quem nos pune frequentemente durante as aprendizagem. São essas experiências que em boa parte respondem pelo amor dos filhos aos pais. 
            O desenvolvimento sexual na infância é bem diferenciado em cada cultura.
            Na cultura ocidental, aos 18 meses, crianças de ambos os sexos são afetuosas com a mãe.                Aos 2 anos de idades se distinguem homem de mulher pela roupa e cabelo, e órgãos genitais são nominados como "pipi".
             Aos 3 anos de idade, tanto o menino quanto a menina não querem ser confundidos quanto ao sexo; ambos tem interesse por bebês, querem um em casa e indaga de onde vem.  
           Aos 4 anos, quando sob tensão emocional, levam as mãos aos órgãos genitais e talvez deseje urinar, indaga de onde vem os bebês e aceita a simples explicação de que vem da barriga da mãe.
            Aos 5 anos diminui a manipulação dos órgãos sexuais. Deseja a presença de um novo bebê, e ainda não relaciona o tamanho da barriga da gestante com a vinda de um bebê. 
     Aos 6 anos acontece uma certa exibição. Alguns são submetidos a jogos sexuais por companheiros maiores. Podem surgir algumas confusões na distinção de machos e fêmeas. O menino passa a ter interesse por menina menor que ele. 
         Aos 7 anos diminui o interesse por sexo. Surgem os primeiros sinais de interesse pelo papel sexual do homem e da mulher. Nessa idade geralmente surge as primeiras relações amoroso entre menino e menina. Compreende que a mulher que engordou "espera um bebê". Nos mais inteligentes surge o interesse por livros sobre o desenvolvimento fetal. 
          Aos 8 anos as meninas são mais sensíveis que os meninos. Indagam sobre o papel do homem na procriação. O menino conclui que um dia casará com uma mulher apenas. Meninas perguntam sobre a menstruação. Nessa fase surge a separação dos sexos nos jogos: homens para cá, mulheres para lá. A criança quer informação  sobre o lugar exato que o feto ocupa no ventre materno. 
           Aos 9 anos surgem os primeiros interesses pormenorizados sobre os órgãos sexuais e suas funções. O menino não deseja ser visto  pela mãe, quando estiver nu, o mesmo ocorrendo com a menina em relação ao pai. Nessa faze costuma acontecer brincadeiras entre crianças  envolvendo noivado e casamento. Alguns pensam  que poderão ter uma semente de bebê dentro de si. Alguns acham que os bebês saem da barriga por uma operação para retirá-lo (cesariana).
           Por tudo isso é importante que os pais estejam sempre preparados para dar respostas às crianças nessa primeira faze da vida. Ela está descobrindo o mundo e tem interesse por tudo, mas ainda está na faze de pura inocência. Por essa razão é importante muito cuidado; nosso mundo está cada dia mais perigoso.  
Nicéas Romeo Zanchett 

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